Cultura Pesquisa Livre

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Uma das lutas nossas de cada dia

Em homenagem àqueles que tentam lutar e lutam por um Brasil de todos.

Sim, nós podemos!
O Movimento dos trabalhadores em saúde mental (MSTM) contribuiu decisivamente para que começassem as discussões que buscavam a efetivação de uma proposta de modelo em assistência psiquiátrica mais pautado no bem-estar, na garantia de resguardo da identidade e da condição humana do portador de transtorno mental. Há cerca de vinte anos, na cidade de Bauru, durante o II Congresso Nacional de Trabalhadores em Saúde Mental, vários profissionais abraçaram a causa da Luta Antimanicomial, um passo muito importante na história da saúde brasileira.
A proposta brasileira de reforma psiquiátrica foi influenciada pela Psiquiatria Democrática Italiana, movimento encabeçado pelo psiquiatra italiano Franco Basaglia, que defendia a transformação da forma de tratamento aos portadores de sofrimento mental. A institucionalização se mostra como um movimento de exclusão, uma forma de manutenção de um sistema que possui somente cargos a serem exercidos e leis que devem ser cumpridas. Em grande parte dos casos o paciente passa por todo um processo de rompimento da sua história, saberes e vínculos afetivos e sociais. 
A proposta da reforma psiquiátrica e da luta Antimanicomial no Brasil busca “um projeto de desmontagem de saberes e práticas sobre a loucura- que a simplificavam e a reduziam à noção de doença- e que tinha na comunidade e nas relações que esta estabelece com o louco a base para a transformação do dispositivo psiquiátrico” (FIGUEIREDO e RODRIGUES, 2004, p.173).

Esse é o trecho de um trabalho escrito por mim e Julianna ano passado (em maio). A temática era sobre As Residências Terapêuticas (um mecanismo de reinserção social voltado para os portadores de transtorno mental egressos de hospitais psiquiátricos), além dos Serviços Residenciais Terapêuticos outras estratégias e serviços foram pensados para que o processo da Luta Antimanicomial continuasse avançando, como exemplo temos a criação dos Centros de Assistência Psicossocial , os CAPS.
O Brasil é um país que tem conquistas populares em sua história e essas conquistas precisam ser lembradas e valorizadas para que, todos nós possamos dizer: Sim, nós podemos ir mais longe. 


Para saber mais sobre o De Volta para Casa : http://www.ccs.saude.gov.br/VPC/index.html#nogo

Referência: FIGUEIREDO, Vanda Valle de; RODRIGUES, Maria Margarida Pereira. Atuação do psicólogo no CAPS do Espírito Santo. Psicologia em Estudo, Maringá, v.9, n.2, p.173-181, 2004